
Se fosse fácil, agora mesmo estaria te odiando e te mandando pra puta que pariu. Pensa que é fácil amar? Ou melhor: amar sozinha, amar distante do amor, amar. Não é. No coração e na mente deviam ter porteiros, me avisando toda hora quem entra e quem sai. A gente devia escolher. Devia ver o futuro. Se eu soubesse que seria assim, não teria nem começado isso que chamamos de “amor”. É lindo. Sim, o amor é lindo. Mas quando se ama a dois. Amor correspondido, entendes? Quando se carrega uma mala sozinha nas costas, a gente cansa, pesa muito. Lindo mesmo é quando a gente tem alguém do lado disposto a carregar essa mala junto, e quando as costas de um cansarem, passar pra ele, porque é assim que as coisas funcionam: a dois. Pelo menos com o amor é assim. Mas quando é só um, dá vontade de deixar a mala alí no canto, e nunca mais nem mexer nela, mas sempre tem um motivo maior que a vontade e nos faz querer continuar. Mas eu queria na verdade era mandar essa mala no primeiro trem, pra bem longe. Sem endereço. Só deixar ela ir. Se manter o mais distante possível de mim. Mas aí você aparece de novo e revigora todo o meu motivo maior de continuar com essa mala nas costas, e pior: ainda me faz acreditar que dessa vez seremos nós dois carregando a mala. E eu, de boba, acredito. Minhas costas estão doendo agora.
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